Ideia Fixa vence etapa “maratona”

E Tânia Mara leva para casa os troféus

O dia começou muito cedo, antes mesmo do sol dar as caras. Por volta de 750 km separavam o Ideia Fixa do seu destino final, a Escola Municipal José Vieira Raposo, localizada a mais de 36 quilômetros do centro da cidade de São Francisco, às margens do sofrido e seco rio com o mesmo nome.

Pelo caminho queimadas, grandes veredas com suas vegetações características, mostrando que o sertão existe pelas bandas das Minas Gerais também, Guimarães Rosa que o diga.

Entre um arbusto e outro o louro branco e o jacarandá enfeitavam a paisagem. E nada de chegar São Francisco. Antes dele, Coração de Jejus, cidadezinha que faz parte da microrregião de Montes Claros, cuja população ainda conserva hábitos religiosos, inerentes ao nome da cidade.

O calor aumentava, a paisagem mostrava na própria pele o que a estiagem lhe causara. Mas a jornalista Tânia Mara a mentora do Projeto Ideia Fixa, continuava firme, pilotando como ninguém, porém ansiosa pela chegada no horário e local combinados. Afinal de contas 100 crianças a esperavam.

Depois de tantas informações, tantas esquerdas e direitas, muita terra, ou seja uma verdadeira especial de Rally, Tânia consegue finalmente com a ajuda da Secretária de Educação do Município Ana Maria Neves Mendes, chegar a escola.

E daí para frente a água que faltava cair do céu, rolou pelos olhos desta guerreira que atônita vislumbrava a entrada da humilde escola, ricamente ilustrada com pôsteres compostos com as logos dos seus patrocinadores e das ações desenvolvidas pelo projeto.

Em choque ela deixa sua picape e entra no salão onde todas as crianças a esperavam cantando. E a emoção chega ao seu ápice quando ela se depara com um pôster maior ainda dos que estavam na área externa, onde sua história estava resumida e uma foto sua retirada do site a ilustrava.

Daí para frente só quem presenciou estes momentos é que poderá relata-los com fidelidade de detalhes.

Os kits foram entregues, as crianças vibraram com as bolas, roupas, coletes, produtos de beleza, as Revistas Pró Moto que mexeram com o imaginário dos meninos, os chocolates do Tio Jun, enfim, reações de alegria, euforia e agitação eram esperadas.

Mas para Tânia Mara, esta etapa estava se superando, devido a localização da escola em meio ao sertão, devido às condições em que as crianças vivem, devido ao empenho da Diretora da escola Sileide Ferreira Silva Santos e de todos que colaboraram para que tudo acontecesse como foi, ou seja perfeito.

“A viagem foi muito cansativa, muito longa. Parei poucas vezes para reabastecer o carro, pisei fundo para chegar na hora marcada. Me superei, Ufa! Mas descobri que ainda assim, o dia foi fácil. Sabe o que é difícil? Rodar 36 km para ir e 36 km para voltar de moto no talco de uma estrada insegura para levar educação, alegria, compreensão, psicologia e muita atenção a crianças que anseiam por amor de mãe, união de família e outras coisas mais que poucos dão valor. Para as educadoras todo reconhecimento e gratidão. E eu, levo para casa como troféu depois desta maratona os pôsteres e os desenhos encadernados.”

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